quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Eliane Elias - Something For You (Eliane Elias Sings and Plays Bill Evans) [2008]



Entre as novas musas do jazz, falam muito da canadence Diana Krall, uma beldade que curiosamente foi se casar com um roqueiro com cara de nerd, Elvis Costello, e também de Norah Jones, a filha do lendário virtuoso da cítara Ravi Shankar que não pode nem ouvir falar no nome do pai que já fecha a cara. Gosto das duas, a primeira com seu estilo sóbrio e a outra com um jeitinho mais doce e delicado, embora eu não veja Norah exatamente como uma jazzista, acho que ela tem uma pegada meio folk, assim meio baladeira, mesclada, obviamente, com influências jazzísticas. Mas se eu fosse escolher uma musa do jazz pela beleza eu não ficaria com nenhuma delas, meu voto iria para Jane Monheit. Uauuu! Eu a acho linda de rosto, corpo e voz. No entanto, se for para escolher uma jazzista, não só pela beleza e sim pelos seus dotes musicais, aí meus caros, não tem para ninguém, eu fico com a brasileira Eliane Elias. Ela põe todas as outras no chinelo, principalmente na hora de tocar piano. Chegou, inclusive, a gravar o álbum Solos & Duets (Blue Note 1994) somente com dois pianos tendo ao lado, Herbie Hancock, o que não é para qualquer um não! Curiosamente, seu nome não é muito lembrado por seus compatriotas. Muita gente conhece a Diana e a Norah, mas quando você pergunta sobre Eliane ouve um: quem!? Bom, para quem não sabe, ela é paulistana, filha de uma pianista clássica e começou a tocar piano aos 6 anos de idade. "Quando eu tinha 12 anos, já sabia tocar qualquer standard que você possa imaginar", ela relembra. "Costumava comprar discos de Wynton Kelly, Bill Evans, Red Garland, Art Tatum, Bud Powell e muitos outros. Primeiro, estudava as gravações, depois, partia para a transcrição dos solos e analisava-os repetidamente". Aos dezessete anos já se apresentava tocando suas próprias composições. Após uma turnê pelos EUA, em 1981 com Eddie Gomez (baixista do Bill Evans Trio), ela foi incentivada a se mudar para Nova Iorque e acabou se casando com o trompetista Randy Brecker. Depois de algum tempo e vários discos gravados, ela se separou de Brecker, mas se casou novamente, desta vez com um dos meus baixistas favoritos, Marc Johnson, integrante da última formação do Bill Evans trio (1978-1980). Futuramente pretendo falar mais e postar outros discos da Eliane, mas agora todo esse blá, blá, blá, foi só para apresentá-la e traçar esse paralelo com Evans, pois assim como eu, ela é grande fã do lendário pianista. Além disso, ainda teve a oportunidade de tocar ao lado de dois grandes baixistas que o acompanharam, tornando-se esposa de um deles (Johnson), com quem lançou esse magnífico tributo: Something For You (Eliane Elias Sings and Plays Bill Evans). Um disco maravilhoso, que merece não só uma postagem, mas tenho certeza que muita gente depois de ouvir, vai querer ter o CD original. Então, se alguém aí não conhecia o trabalho de Eliane Elias, está aqui uma excelente e pequena amostra do grande talento dessa maravilhosa pianista.
Fontes: Clube do Jazz, Wikepédia.






Eliane Elias - Something For You

Eliane Elias’ return to the Blue Note label after a decade working elsewhere is a triumph. This salute to the late pianist Bill Evans, one of her favorite players, explores a number of songs he recorded, including both standards and originals. Evans’ bassist from his final trio, Marc Johnson, is not only a long-time collaborator with Elias but also her husband; drummer Joey Baron rounds out the band. While Elias is influenced by Evans’ playing style, his arrangements are only a launching pad for her approach to each tune; never does she sound like an obvious Evans clone. Her lush take of “My Foolish Heart” features Johnson on the late Scott LaFaro’s bass (the talented Evans sideman who died in a 1961 car wreck just ten days after recording the landmark sets with the pianist at the Village Vanguard). “Evanesque” is a newly discovered work that came from a cassette given to Johnson by Evans, so Elias adjusted the work by incorporating new material with his conception. The freewheeling take of “Solar” is a masterful group improvisation upon the Miles Davis theme. Elias’ moving ballad “After All” is a sincere tribute to Evans. She has also built confidence in her singing over time; always gifted with a tender, sensuous voice, Elias glides gently over Johnson’s walking introduction to “A Sleepin’ Bee” and offers an equally delicate “Walt for Debby.” She wrote words to Evans’ previously unknown “Here Is Something for You,” which was also discovered on the cassette given to Johnson. It is heard in two versions, a solo version with voice and piano where Elias mostly closely mirrors Evans’ playing, then the original rehearsal by Evans, which segues into an excerpt of Elias’ new version. The Japanese version of this delightful CD features an added track, “Re: Person I Knew.”
By Ken Dryden - All Music Guide



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6 comentários:

Edson d'Aquino disse...

Concordo em gênero, número, grau e declinação, Woody. Não só é linda como toca bagarai! Ainda não tenho esse aí mas vai demorar só alguns poucos minutos, hehehe. E Bill Evans (ao lado de Monk) também é meu pianista de jazz predileto. O 'Affinity', em duo com Toots Thielemans, está entre meus discos prediletos do gênero.
[]ões

woody disse...

Caramba meu caro Edson!
Estou conhecendo melhor seu lado jazzístico, pois vc não costuma colocar muito jazz lá no Gravetos. Sim, Bill Evans é maravilhoso, um artista de grande introspecção e sentimento, com um estilo totalmente diferente do genial Thelonious Monk, já o Toots eu gosto mais qdo toca guitarra, mas o cara insistia muito na gaita, que até é legal, só que depois de umas quatro músicas cansa um pouco. Mas o assunto aqui é a Eliane. Cara, eu fico impressionado com a técnica e a maneira descontraída com que ele toca temas complicados, a mulher sabe mesmo dedilhar um teclado, nos próximos dias vou postar mais coisas, não exatamente dela, mas com ela. Dois discos com os maridos da Eliana, o anterior Michael Brecker com quem ela gravou o Steps Ahead, e o atual Marc Johnsosn, que gravou com ela o Shades of Jade, dois discaços, se vc não tiver nenhum deles, qdo aparecer pode baixar sem medo que é tudo papa fina, só para usar o seu jargão!

É isso aí irmão.
Abraço,
WOODY

Voltarol disse...

Hi Woody,
Great album - many thanks for that! I have the 'Affinity' album if you want it. Let me know and I'll send it to you. I also have a great duo album of Toots with Kenny Werner. And do you know Eliane's 'Solos and Duets' album with Herbie Hancock?

Abraço,

Voltarol

Edson d'Aquino disse...

Não sei porque o estranhamento, ô da madeira! Sempre rejeitei veementemente o termo 'roqueiro' (assim como o de 'maconheiro', apesar de dar minhas baforadas socialmente, hehehe) pois gosto de MÚSICA de (quase) todos os gêneros. É verdade que tendo pro lado mais blues e rock e, talvez por isso, não curta muito a pegada de uma guitarra jazz tradicional. No entanto, pianos e instrumentos de sopro são sempre como que sinônimos de jazz pra mim. E todos temos fases, certo? Com 50 anos na veia, passei por fixações momentâneas em todas as fases musicais. Tenho uns 10 LPs de Keith Jarret, por exemplo, que escutava até não mais aguentar. Ao final, acho que moldei meu gosto através de um ecletismo difícil de encontrar por aí. Basta vasculhar o que postei até hoje no G&B e vais encontrar de soul music a power pop, de heavy a prog, de fusion a pop. Mas estou mesmo devendo com relação ao jazz mais tradicional e, pior, à música erudita. Vou tentar reparar esse deslize.
[]ões

woody disse...

Dear Voltarol,
I'm so glad to see you hear again. Hey man you must to be grandaddy again in the next "Phil" days! Congratulations!!!
Many thanks for your offer, but I have all these records.

Give a kiss in Jackie for me.
Miss you,
WOODY

woody disse...

Então meu caro Edson!
Eu já havia notado que vc tem um gosto eclético e que tb gosta do bom jazz, o que me surpreende é que vc gosta das mesmas coisas que eu em relação ao jazz, é bem capaz do nosso gosto coincidir mais em nisso do que em outros estilos, creio até que é por causa da nossa forte identificação em relação ao rock e o blues. OU NÃO!
Hehehehe!

Abraço,
WOODY